FILOSOFANDO

Tudo o que sei é que nada sei, que o

conhecimento é efêmero como o tempo,

vasto e contínuo como o tempo, que o

paradoxo também sou eu.

Habitado pelo caos, penso, logo existo,

insisto em dar a luz à estrela bailarina,

talvez eu seja uma impossibilidade que

mereça acontecer, condenado à liberdade,

como a rosa vermelha que se abre

devagarinho para sugar o dia.

Na lua morta a sanidade corta, e eu, ente

finito perplexo ante a infinitude cósmica,

desafio a brevidade da carne, faço-me a

essência da humanidade, fluindo como as

cores, volátil como os odores, sem dizer não,

porque o não é o fim, é o sim do nada.

A minha estrada é a pergunta muda que

faço a cada amanhecer, que faço acontecer,

preso às cadeias da razão,

só,

mas, sem emoção, não vou, não.

Carlos Moraes
Enviado por Carlos Moraes em 11/01/2006
Código do texto: T97481