FILOSOFANDO
Tudo o que sei é que nada sei, que o
conhecimento é efêmero como o tempo,
vasto e contínuo como o tempo, que o
paradoxo também sou eu.
Habitado pelo caos, penso, logo existo,
insisto em dar a luz à estrela bailarina,
talvez eu seja uma impossibilidade que
mereça acontecer, condenado à liberdade,
como a rosa vermelha que se abre
devagarinho para sugar o dia.
Na lua morta a sanidade corta, e eu, ente
finito perplexo ante a infinitude cósmica,
desafio a brevidade da carne, faço-me a
essência da humanidade, fluindo como as
cores, volátil como os odores, sem dizer não,
porque o não é o fim, é o sim do nada.
A minha estrada é a pergunta muda que
faço a cada amanhecer, que faço acontecer,
preso às cadeias da razão,
só,
mas, sem emoção, não vou, não.