O ESPERTO MORREU DE BOBEIRA

Às vezes encontro pessoas que se julgam perfeitas,

Não aprendi ainda o que é perfeição,

Mas, espero que um dia aprenda o que é isso.

Às vezes mergulho em um mar de ilusões,

E me afogo de tanta realidade,

E percebo que era melhor ter vestido uma roupa de mergulho...

... e mergulho outra vez.

As pessoas que me levaram a sério, nunca voltaram à realidade.

E nem queriam voltar mesmo,

A realidade é muito brusca e pontual, não adianta atrasar o relógio.

As coisas da vida não são sempre diferentes com as da morte,

A morte não perdoa, não tem escrúpulos e também é pontual,

A vida é o oposto da morte da morte, é o renascimento.

... e renasço outra vez.

Quem sabe agora em um bar,

Ou em uma calçada,

Ou talvez nos arranha-céus,

Talvez mergulhe no renascimento lúdico do meu viver,

E talvez não saia do lugar,

E talvez, quem sabe, não sei, o esperto tenha morrido de bobeira,

... não percebeu que havia um capuz preto e uma foice prata no seu prato.

... ou ao mesmo tempo gotas de água cristalina inundassem o mar novamente.

Eu não mais diria:

- e mergulho outra vez.

E sim:

- nessa água eu nunca mais tocarei.

Rafael Samgaby
Enviado por Rafael Samgaby em 30/04/2008
Código do texto: T969005
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.