O ESPERTO MORREU DE BOBEIRA
Às vezes encontro pessoas que se julgam perfeitas,
Não aprendi ainda o que é perfeição,
Mas, espero que um dia aprenda o que é isso.
Às vezes mergulho em um mar de ilusões,
E me afogo de tanta realidade,
E percebo que era melhor ter vestido uma roupa de mergulho...
... e mergulho outra vez.
As pessoas que me levaram a sério, nunca voltaram à realidade.
E nem queriam voltar mesmo,
A realidade é muito brusca e pontual, não adianta atrasar o relógio.
As coisas da vida não são sempre diferentes com as da morte,
A morte não perdoa, não tem escrúpulos e também é pontual,
A vida é o oposto da morte da morte, é o renascimento.
... e renasço outra vez.
Quem sabe agora em um bar,
Ou em uma calçada,
Ou talvez nos arranha-céus,
Talvez mergulhe no renascimento lúdico do meu viver,
E talvez não saia do lugar,
E talvez, quem sabe, não sei, o esperto tenha morrido de bobeira,
... não percebeu que havia um capuz preto e uma foice prata no seu prato.
... ou ao mesmo tempo gotas de água cristalina inundassem o mar novamente.
Eu não mais diria:
- e mergulho outra vez.
E sim:
- nessa água eu nunca mais tocarei.