Fúnebre

Vem...

De tudo suporto

Teu peso

O furto do meu fruto

O teu espezinhar

O concreto da obra

A fome em minhas entranhas

Mísseis, torpedos e bombas

Dentro de mim

A me circundar

Não levo de ti nada a fora

Ao contrário abro os braços

Te embalo

Desde tenra te abrigo

Te nino

Te farto

Tens onde pisar ...

Alimento teus filhos

Multiplico ninhos

Tuas rosas

Relva fresca para refrescar...

Vem... Te cubro

Não te separo do teu mundo

Abrigo os restos do teu corpo

Te como quieta

Espero de novo o voltar

Suporto o peso do teu corpo em vida,

A delícia dele na morte

Isto não podes me negar...

Baseado no Texto "Fora" de Me Morte, http://www.recantodasletras.com.br/visualizar.php?idt=952782, hoje, minha fonte de inspiração. Último dia de abril, que venha maio! Lúcia Siqueira