SONHOS
Como posso ignorar o sonho,
Abster-me da razão de ser
E compactuar com a solidão,
Que perfaz o destrato da alma?
O que fiz de minha vida,
Sempre à tua sombra,
Respirando o teu perfume,
Engabelando o coração?
Mas é assim que sei viver,
Perseguindo a utopia,
Rompendo o invólucro
Que envolve o teu amor.
A que fim se destina minha alma,
Aprisionada a reminiscências
Que não se concretizaram
Em outras vidas inúteis?
E continuo a vislumbrar situações,
Apegado às imagens torturantes;
Absorto em delirantes sonhos
Que não se parecem como antes!