Ceifa das palavras

Palavras? Tomei-as. Júbilo e fúria.

Promessas por vezes incapazes,

outras vezes jurando sangue e injúria

descravando da alma dores tenazes!

Versos que és uns dias meu futuro

tronco nu de palavras indulgentes…

Versos onde, outras vezes eu me curo

pedra e força de gerar sementes.

Versos sem conta, agravo e castigo

de impuras palavras que reneguei

é por equívoco forte que prossigo

na certeza de um verso que ceifei.

Verso alforriado do sentido do ter

Onde em jura arrebatada me inventei

No destino de morrer, mas não esconder

A verdade que dói ou que abortei!