HIPÓCRITA.
Desate o nó da gravata.
Da gravata da arrogância
Que existe em você.
Retire o relógio tão caro
Que mostra as horas
Como o de um camelô.
Descalce os sapatos
Cromo alemão importado;
A meia de seda;
E exale este cheiro
De suor.
Retire o paletó,
A camisa,
A calça comprida.
Tudo de grife famosa.
Abaixe as cuecas,
Fique nu,
Com esta bunda branca,
Esta barriga caída,
Este ridículo corpo nu.
Despido, olhe-se no espelho
Como sapo gordo,
Papa no pescoço,
Tão gordo e roliço
Como um cachaço criado.
Olhe bem para isso
Que está no espelho.
Cada gordura sua
É um tanto que falta
Na mesa do meu povo sofrido.
Olhe bem pra isso.
Você está "comendo" gente inocente
Com seu voraz apetite,
Interminável ambição.
Olhe pra esse trapo
Que é você
Que só pensa em poder
E licitação.
E depois de analisar
A dantesca imagem
Que o espelho
Reflete,
E não mente jamais,
Vista-se mais rápido ainda
Desta sua máscara hipócrita
Excelentíssimo senhor Senador.
Também pode ser um deputado
Tarado
Comendo gente no expediente
Achando-se o tal
Mais um porco do mau
Funçando em lobby
O chiqueiro da República.