HIPÓCRITA.

Desate o nó da gravata.

Da gravata da arrogância

Que existe em você.

Retire o relógio tão caro

Que mostra as horas

Como o de um camelô.

Descalce os sapatos

Cromo alemão importado;

A meia de seda;

E exale este cheiro

De suor.

Retire o paletó,

A camisa,

A calça comprida.

Tudo de grife famosa.

Abaixe as cuecas,

Fique nu,

Com esta bunda branca,

Esta barriga caída,

Este ridículo corpo nu.

Despido, olhe-se no espelho

Como sapo gordo,

Papa no pescoço,

Tão gordo e roliço

Como um cachaço criado.

Olhe bem para isso

Que está no espelho.

Cada gordura sua

É um tanto que falta

Na mesa do meu povo sofrido.

Olhe bem pra isso.

Você está "comendo" gente inocente

Com seu voraz apetite,

Interminável ambição.

Olhe pra esse trapo

Que é você

Que só pensa em poder

E licitação.

E depois de analisar

A dantesca imagem

Que o espelho

Reflete,

E não mente jamais,

Vista-se mais rápido ainda

Desta sua máscara hipócrita

Excelentíssimo senhor Senador.

Também pode ser um deputado

Tarado

Comendo gente no expediente

Achando-se o tal

Mais um porco do mau

Funçando em lobby

O chiqueiro da República.

jose antonio CALLEGARI
Enviado por jose antonio CALLEGARI em 04/01/2006
Reeditado em 04/01/2006
Código do texto: T94313