INABITADA
Fechei as janelas
Tranquei a porta
Joguei a chave ao mar.
Pisei na areia.
Os minúsculos grãos sob meus pés,
a dificultar meu caminhar.
O mar...
Suas eternas ondas,
buscando uma coisa,
devolvendo outra.
Nunca previsível em seu vem e vai,
Nunca no mesmo ritmo,
mas sempre com seu tempero.
A vida é assim?!
Como pisar na areia e sentir prazer,
mas ver que ela domina nossos passos?
Como o mar que vem
acariciando a pele da gente
Mas logo volta atrás,
levando a sensação boa
deixando apenas o sal?
As janelas estão fechadas.
A porta está trancada
e a chave se foi com o mar...
Não abrirei mais meu coração.