Dia Terrível
Não quero pensar
Quero me entregar
à letargia
Que me enleia em laço
de agonia
Quero ser o deus que contempla o dia
Imóvel como aquela montanha
gelada
Tão terrivelmente presente quanto
o Aconcágua
Tão antigamente adorado quanto
os Pirineus
Tão solitário e esquecido quanto
o Pico-da-Neblina
Fazer desse sol gelado
que me ilumina
A lua cheia de prata
de teus olhos nos meus
E de todos os astros supensos
no vazio
A companhia serena
de teu abraço
Mas oh que se estende o dia
de aço
O compasso lento das horas
sem brio
Que impõem ao meu peito sombrio
Conter agoniado
o triste
De um coração calado
a fúria
De um outro em riste
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