Dia Terrível

Não quero pensar

Quero me entregar

à letargia

Que me enleia em laço

de agonia

Quero ser o deus que contempla o dia

Imóvel como aquela montanha

gelada

Tão terrivelmente presente quanto

o Aconcágua

Tão antigamente adorado quanto

os Pirineus

Tão solitário e esquecido quanto

o Pico-da-Neblina

Fazer desse sol gelado

que me ilumina

A lua cheia de prata

de teus olhos nos meus

E de todos os astros supensos

no vazio

A companhia serena

de teu abraço

Mas oh que se estende o dia

de aço

O compasso lento das horas

sem brio

Que impõem ao meu peito sombrio

Conter agoniado

o triste

De um coração calado

a fúria

De um outro em riste

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O Espelho
Enviado por O Espelho em 07/04/2008
Reeditado em 07/04/2008
Código do texto: T934652
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