Fantasia
Maldita
Porque me atormentas.
Porque me fazes sentir, sempre vazia.
sem sangue ou dor ou amor.
Maldita
possuís-me
a alegria,
os meus impossíveis.
As utopias do perfeito.
Maldito ser
arte da beleza
exaltada na guitarra
e no piano onde choram as vozes a dor do jardim
ou nas noites sozinha em oração ao céu
quando abraças Deus
recito-te só para mim.
Maldita
inspiro à tua ordem
não sou gente não sou
minha.
Vivo nos braços dos teus rios
no fogo dos teus anseios,
na raridade de ser flor.
Amo as árvores como amo o vento
e, por vezes, flutuo nas pérolas.
Enlouqueço
quando te conheço.
Amar é assim.
Poesia,
porque és real eu também existo
no mundo de fantasia.
Ana Mª costa