Frutos podres...

Frutos podres de uma primavera murcha.

Homens mortos em uma existência nula.

Pastores que guiam suas ovelhas

Para o covil do lobo

No eclipse que oculta a lua.

Restos rastejantes de uma humanidade perdida

Ainda se levanta num último crepúsculo.

Para erigir seus deuses do desespero

No calor que derrete o inverno

E o frio que congela o verão...

É a chuva que volta para o céu

Para se transformar em novos temporais.

Porque pouca coisa se encontra no deserto...

Somente o veneno dos espinhos da vida

Que vão gerar os novos frutos podres...