coisa estranha

no inicio

parecia fulgaz

passageiro

não duraria um dia inteiro

coisa estranha

como se já me pertencesse

vindo de dentro

das entranhas

da alma

debaixo da minha pele

andando com meus pés

conduzindo meus passos

manipulando meus braços

como se me dominasse

aos meus sentidos

meus sonhos

minhas fantasias

e no dia a dia

já tinha crescido

se multiplicado

num jeito incontrolado

irreversivel

como se fosse impossivel deter

enxergava com os meus olhos

calava as minhas palavras

tolia meus pensamentos

dominava meus sentimentos

esvaziava meu peito

me tirava o direito de ser feliz

jose luis lacerda
Enviado por jose luis lacerda em 19/03/2008
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