Há Momentos
Há momentos que tudo que nos resta são lembranças de um tempo que já não volta mais. É hora então, de olhar para frente e ver que o terreno existe, é só uma questão de replantar.
Há momentos que estamos eufóricos, querendo conquistar o mundo. Mas se ainda não descobrimos nosso mundo interior, se não o compreendemos, todo o resto parece sem sentido. É como conseguir o que considerávamos tudo, e perceber que ainda está faltando algo.
Há momentos que o difícil parece muito fácil. Sentimo-nos fortes, prontos para escalar a montanha mais alta, transpor o obstáculo que a todos parece intransponível. Mas o que importa nesse momento é o que nos fará chegar lá.
A pergunta deve ser por que eu preciso chegar lá? Ou por quem?
Há momentos que queremos apenas ter o último lugar no show da vida, para não sermos vistos, para passarmos despercebidos. Mas há momentos que os aplausos também são necessários. Embora não imprescindíveis.
Há momentos que a solidão dói, mesmo no meio de muita gente. Momentos em que nos sentimos solitários na busca de um ideal que somente para nós faz sentido. Ninguém mais se importa.
Há momentos que não importa o que fazemos, ou se nada fazemos, mas com quem estamos.
Há momentos que só queremos chorar. E é bom, para lavar a alma. Mas há também momentos que rimos de tudo e até do nada. E quando conseguimos rir de nós, e não rir do outro, é sinal que estamos no caminho da humildade e da compaixão.
Há momentos que estamos tristes e achamos que os diferentes são chatos, mas há momentos que estamos de bem com a vida e inventamos mil desculpas para justificar as mesmas atitudes dos mesmos chatos.
Há momentos que confundimos humildade com pieguice, com subserviência. Mas em algum momento vamos entender que humildade é ter a consciência que somos muito pequenos diante da grandeza da vida e de seus mistérios, mas podemos fazer a nossa pequena parte e dessa forma nos tornarmos grandes.
Há momentos que temos a arrogância de acharmos que somos o máximo. Mas o máximo do universo é o amor. E se o amor é luz, podemos ser translúcidos, deixando passar um pouco deste amor por nós em direção a todos que nos cercam. Mas um pouco sempre fica em nós.
Há momentos que achamos que gritar resolve, achamos que a força é tudo. Mas com o tempo percebemos que a força que dá vida e move os mundos é silenciosa e nunca se impõe. Ao contrário, oculta-se, para ser sentida.
Há momentos em que tudo que precisamos é de alguns momentos para refletir.