A Lua e a Rua
Há uma estranha magia nos olhos da lua
Ou é a rua que brilha com os respingos da chuva?
Uma moça passa sem graça, tem medo da noite
Não a ensinaram a escutar o silêncio, a amar as estrelas
No banco da praça os sentimentos do poeta ganham asas
Mas não cruzam o espaço em busca do sol
Na magia da lua se refugiam na própria emoção
Nos poemas escritos e nunca declamados
Nos sonhos loucos vividos, jamais mencionados...
O gato escaldado foge da chuva
E a lua sussurra os erros da rua:
O louco pensa que é clone de deus
E mata criancinhas do outro lado do mundo
Jovens rebeldes que transformavam a Nação
Com penas e pincéis, hoje são almas doentes,
Mucamos do copo, seringa, tabaco
A rua molhada empolga os amantes
Na magia da lua, no banco do carro,
E os respingos da chuva na calada da noite
Recria uma estranha magia aos olhos do poeta
Que sentado na praça, vê a moça que volta sem graça
Por ter roubado seu coração.