Indagações poéticas
O que expresso em poesia?
Desejos subjetivos, lascivos?
Sentimentos indescritíveis?
Insanidades impossíveis
de serem ditas em prosa?
Consigo exprimir em um poema
o suave perfume da rosa?
Expresso o tudo e o nada
em versos de beira de estrada?
Oculto em estrofes vazias
a dor, a solidão ou a alegria?
Detenho o poder de espalhar
poemas de amores e dores
a todos os cantos onde vou?
Que missão tenho eu,
a que vim, a que me dou,
enquanto poeta que sou?
Abordar a vida em versos,
desvendar o universo
nas linhas rimadas que faço?
Ou será que a cada dia
em meus versos me enlaço,
incorporando a poesia,
sendo ela própria, em mutação
e enchendo as almas de emoção?