Morno

Eu sou a penumbra oscilante,

Entre as trevas e a luz.

A clareza ofuscante,

Um beijo frio na cruz…

Esta minha voz gritante,

Dor que rasga minhas carnes.

É minha alma inconstante,

A temer descer ao hades…

Misericórdia , somente,

Espero, imploro e clamo.

Minha teima, tão demente…

Sim, é porque não me amo.

Este amor cru e insolente

Ainda assim, singelo.

Passa a ser de repente,

O juízo e o martelo.

Consciência – ciente:

Que a luz é que alumia,

Vela e guarda calmamente,

Minha alma em agonia.

Misericórdia…somente…

29.02.08 a 05.03.08

Valter Vargas
Enviado por Valter Vargas em 05/03/2008
Código do texto: T888174