Morno
Eu sou a penumbra oscilante,
Entre as trevas e a luz.
A clareza ofuscante,
Um beijo frio na cruz…
Esta minha voz gritante,
Dor que rasga minhas carnes.
É minha alma inconstante,
A temer descer ao hades…
Misericórdia , somente,
Espero, imploro e clamo.
Minha teima, tão demente…
Sim, é porque não me amo.
Este amor cru e insolente
Ainda assim, singelo.
Passa a ser de repente,
O juízo e o martelo.
Consciência – ciente:
Que a luz é que alumia,
Vela e guarda calmamente,
Minha alma em agonia.
Misericórdia…somente…
29.02.08 a 05.03.08