Devastação

Percorro os cantos

e os encantos da memória,

a solidão cobre-me os ombros,

arrepiando-me em versos

traumatizantes e longos.

Tua imagem me vem

fugaz, ao pensamento,

inundando meu corpo,

como um forte vento

a bagunçar meu porto.

Vivo cada momento

a remoer lembranças,

na entrega do destino

da minha sorte, de meu desatino.

Se ao menos ouvisse

tua voz franca, melodiosa

a sussurrar promessas,

a delirar sem pressa...

Se te recordasses

quando corei, timidamente

com as rosas que me entregaste,

com os versos que declamaste...

Porém, lembranças se vão

e ficam a angústia, a solidão

a habitarem meu corpo devastado

por teu amor, a mim negado.

Francis Faria
Enviado por Francis Faria em 02/03/2008
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