Verde
Como um diário de bordo
Preenchido por arabescos
Sentindo eco e paisagem
De tão comovente viagem
Às incertezas de si mesma
A letra sorve do olhar
Às águas tumultuadas
Do degelo das cordilheiras
Em ardente e imaginária fala
De outra agora lembrada
Quer voltar aos vinte anos
Para não navegar solidões
Ser talo de planta nova
Em outras miradas livres
De norte ou ondulações
Na popa sem se dobrar
Em resistência indomada
Viajar ao recôndito de si
Sorvendo o vento na face
E vestir o verde do mar
*À poetisa Cecilia Cassal
http://ceciliacassal.blogspot.com
("Da fidelidade dos cormorães")