Verde

Como um diário de bordo

Preenchido por arabescos

Sentindo eco e paisagem

De tão comovente viagem

Às incertezas de si mesma

A letra sorve do olhar

Às águas tumultuadas

Do degelo das cordilheiras

Em ardente e imaginária fala

De outra agora lembrada

Quer voltar aos vinte anos

Para não navegar solidões

Ser talo de planta nova

Em outras miradas livres

De norte ou ondulações

Na popa sem se dobrar

Em resistência indomada

Viajar ao recôndito de si

Sorvendo o vento na face

E vestir o verde do mar

*À poetisa Cecilia Cassal

http://ceciliacassal.blogspot.com

("Da fidelidade dos cormorães")

meriam lazaro
Enviado por meriam lazaro em 10/02/2008
Reeditado em 10/03/2010
Código do texto: T853626
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