AMOR, A MORTE

Águas de enxurradas do amor, quem se arrisca,

A segurar garranchos e se assentar em lodo,

Rio sem futuro, que depois da chuva, a vista,

Não terá mais rumo, o que se ver de novo.

Bate o vento trazendo a chuva que tudo traz,

Uma esperança, o amor, lembrança de se agarrar,

Uma vontade espessa, algo que nos faz,

Pensar eterno, desejar os restos que se assentarem.

Águas corredias, no sentido contrário,

O amor nos conduzindo pra de novo se largar,

E tomar o leito revertendo, o horário,

Quando mergulhamos loucos por lhe abraçar.

Uma cuspideira, sujeira do mar,

O amor assim quase sempre nos traz,

Já perdido o fôlego, a visão, o ar,

Dá-nos sua boca como um salva vida, só isso faz

Naeno
Enviado por Naeno em 02/02/2008
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