Somos todos mortais

Somos todos mortais,

Sem a paciência dos anjos,

De aguardar o futuro,

Ver passar os anos,

Aguardar os próximos carnavais.

E, morremos de dor nos espinhos,

De gôzo, nos carinhos,

Morremos de inveja, de tristeza,

De saudade, fastío, e pouco a pouco,

Morremos a cada dia um pouco,

Até restarmos loucos,

Da certeza da morte.

E, por sorte,

Morremos a dois

de felicidade.