Quando chegar a noite

A noite chegou e com ela a saudade voltou a doer em meu peito. Os momentos que passamos juntos já são passados, pois tudo passa com o tempo, os dias, os minutos... As águas levaram minhas lembranças para bem longe, e eu não tenho mais como resgatá-las.

Os dias continuam chuvosos, mas a chuva ainda não conseguiu livrar-me dos pesadelos, das dores, do ódio, do pecado, de você... Se a chuva pudesse ser um remédio, eu estaria me sentindo muito melhor agora, pois a chuva cai molhando meu rosto e escorre pelo meu corpo. Um corpo ainda infantil por dentro, mas de mulher por fora.

Os dias parecem nunca ter fim, e as noites parecem nunca surgir. As nuvens continuam lá no céu agora, elas tornam o dia escuro, sem luz. A escuridão tomou conta dos dias, as sombras dominam tudo por aqui e a única coisa que me ilumina é a esperança, essa é a única luz que brilha dentro de mim.

As luzes da cidade estão acesas; nas casas as luzes iluminam os pátios, quintais, as crianças não estão mais brincando nas ruas, já é tarde e tudo parece ter perdido a vida, todos já foram para suas camas quentinhas para dormir e sonhar com a felicidade, com dignidade, amor e prosperidade. Um dia iremos vencer as dificuldades e lutar por nossos ideais, e quando isso acontecer será porque acordamos de um sonho real, um sonho fatal. A morte é realidade nos dias de hoje e dela não poderemos acordar jamais.

Lilith Góthica
Enviado por Lilith Góthica em 10/12/2005
Reeditado em 05/06/2007
Código do texto: T83782
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