estórias p’ro boi dormir
o meu avô telepatizou
o meu querido pai-avô
descobriu que era caneta o que eu queria
no momento, o som das bananas ai vento
o circo chegou
em minhas narinas de nenhum valor
a brisa fresca bate contra minha pele
é sublime o canto do silêncio
faz poesia sem nenhum movimento
faz girar a roda do tempo
tempo astuto, audacioso
feito corda no pescoço
te empurra ao calabouço
do medo e do fosso
medo de não dar tempo
ou de não chegar lá
de não conseguir o que queria
ou cansar de esperar
chacotas ao meio dia
crianças na padaria
um louco que canta solto
nos píndaros da rebeldia
chegou, descançou e viu e contemplou
a beleza de cada momento
cada toque
instrumento
cada verso solto ao vento
cada verbo em movimento