estórias p’ro boi dormir

o meu avô telepatizou

o meu querido pai-avô

descobriu que era caneta o que eu queria

no momento, o som das bananas ai vento

o circo chegou

em minhas narinas de nenhum valor

a brisa fresca bate contra minha pele

é sublime o canto do silêncio

faz poesia sem nenhum movimento

faz girar a roda do tempo

tempo astuto, audacioso

feito corda no pescoço

te empurra ao calabouço

do medo e do fosso

medo de não dar tempo

ou de não chegar lá

de não conseguir o que queria

ou cansar de esperar

chacotas ao meio dia

crianças na padaria

um louco que canta solto

nos píndaros da rebeldia

chegou, descançou e viu e contemplou

a beleza de cada momento

cada toque

instrumento

cada verso solto ao vento

cada verbo em movimento

Icbio
Enviado por Icbio em 23/01/2008
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