LABIRINTO.
Em quantas voltas gira o mundo
A me tontear os pensamentos?
De quantas retas precisa o tempo
Até cruzarmos, de fato, o ponto?
Se nas curvas, te desencontro
E ponho-me a "correr" atrás do vento
Num labirinto, linhas abaixo, acima
Vejo-me na entrada, estática
Onde as saídas são pedregosas
Um passatempo sem rumo nem fim
Tampouco sonhos e (re)começos
Perdidas línguas em conotações
Buscadoras de sentidos, verdades
Sustentadas em rimas, versos
A camuflar os sentimentos
E batimentos dum coração
Que ainda sobrevivem e insistem
Para além das palavras bonitas
Pulsando em veias secretas
Em mergulhos nas profundezas
Das superfícies empoçadas
A questionar em tantos "eus"
A verdadeira emoção em essência
Sem filtros, disfarces nem dores
A procurar da alma, a morada
Essa, que em ti, eu já habito.
Elenice Bastos