Linguagem do silêncio
Imploro ao reino dos sons e símbolos,
palavras que contornam em medida exata o abstrato,
para que eu possa moldurá-lo e expulsá-lo,
dar forma ao que me transborda e desafia.
Talvez seja preciso fazer nascer palavras novas,
para dar nome à angústia que brota,
pois cada dor, cada suspiro,
é único em sua essência, sua forma, seu silêncio.
Que venham, então, em fragmentos sutis,
como cinzas dançando em um vento cálido,
ou em gritos ásperos, de essência crua,
rasgando o véu que prende a alma nua.
Em cada palavra, um eco de verdade,
em cada verso, a textura do indizível.
Que o indomável, enfim, tome corpo,
e que o silêncio se despeje em liberdade.