UM SOBREVIVENTE
A leveza da ilusão
tem o peso infinito
na verdade que a cerca.
Nós d`águas, amarguras,
cicatrizes em correntes,
olhos de redemoinhos como
feridas em vácuos,
onde o que é alado
também cai.
Nada levita,
flutua,
desliza.
Águas que sempre giram
sem destino,
em volta de si,
bastam por si só.
Que tentam guardar
o coração esquecido.
A sede de amar sempre
é mais forte,
ancorado pelo desespero
a essas águas salgadas
que enganam a sede,
contaminam,
sufocam e afogam
as lágrimas.
Onde a dor do mundo
sobressai.
Porém, são nessas mesmas águas
que se cicatrizarão as feridas
com sal da vida.
Onde os nós d`águas serão
desatados em novas ondas
onde o meu espírito livre,
como um Deus grego,
filho de Poseidon,
irá deslizar, flutuar como
um herói mítico.