ABANDONO
Os olhos buscam o infinito
Encontram apenas a solidão
Choram as almas inquietas
Sem rumo sem direção
No olhar perdido e triste
A marca da transfiguração
Sem esperança ou ponto que marque
Sem casa, destino ou ilusão
Espera a hora que não passa
Passar sem deixar sofrimento
Esquece aos poucos quem foi
Para construir novo remendo
E luta insana e descrente
Para não perder seu fundamento.
Os dias passam insípidos, frios
Em deboche com a saudade
E as almas que sofrem o abandono
Iludem com as horas brejeiras
Esperam vislumbrar na penumbra
Passos que os norteiem, encantem
Encontram apenas dor e sofrimento
Do abandono definitivo, derradeiro.