ABANDONO

Os olhos buscam o infinito

Encontram apenas a solidão

Choram as almas inquietas

Sem rumo sem direção

No olhar perdido e triste

A marca da transfiguração

Sem esperança ou ponto que marque

Sem casa, destino ou ilusão

Espera a hora que não passa

Passar sem deixar sofrimento

Esquece aos poucos quem foi

Para construir novo remendo

E luta insana e descrente

Para não perder seu fundamento.

Os dias passam insípidos, frios

Em deboche com a saudade

E as almas que sofrem o abandono

Iludem com as horas brejeiras

Esperam vislumbrar na penumbra

Passos que os norteiem, encantem

Encontram apenas dor e sofrimento

Do abandono definitivo, derradeiro.

NEUZA DRUMOND
Enviado por NEUZA DRUMOND em 06/11/2024
Código do texto: T8190930
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