CAIS

Quando o tempo

pareceu se perder

e me atacar,

me fiz cais

para

me atracar.

Distante das mágoas,

perante às águas

nas ondas desse mar,

eu fui leito,

nas páginas do amar

me fiz leitor,

caçei a paz,

sentimento

duradouro,

cavei com pás

o sedimento ...

ancoradouro

do poço

me despeço

oceano

que reflete,

atravesso,

o fosso

bebo

da fonte,

da fronte,

no espelho,

convexo,

confesso:

quis ser mais,

do tempo que

se esvai

e não se refaz,

eu fui

brincar

de infinito,

sonho

mais bonito,

é o desejo de

ser cais.

Leonardo do Eirado
Enviado por Leonardo do Eirado em 03/11/2024
Reeditado em 03/11/2024
Código do texto: T8188846
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