O vazio
Persigo o vazio dentro de mim
Substâncias se amontoam
Em minha direção
O céu tão cinza, sem noção
De todo lamento que há em mim
Quero falar de outro acontecimento
Extraditar toda fantasia
Falar ameno, falar assim
Verbalizar uma nova poesia...
Num céu tão frequente
Vejo fundos no mundo
Num longo passeio pela avenida
Descubro paisagens
Vislumbro o controle
Quero amanhecer esse novo dia
Destoar daquilo que me surpreende
Retornar ao contexto já adormecido
Fantasiar elementos inatingíveis
Reparar quando tu sorrias
Eras bonito, também eras belo e triste
Pálido por seu princípio e seu fim
Tão profundo, tão imenso
Meu jardim acalentava a flor
Meu coração não, te peço acredite...
Quero retornar ao céu cinzento
Fazê-lo voar numa nova direção
Enganar uma bela sensação
Trazer em paz todo o meu limite...
(Daniel Cartaxo Penalva)