Infinito de ternura

Aprecio as coisas quietas:

um gato acomodado no sofá

um pássaro aninhado no coqueiro

o santo na charola ou altar.

Coisas que dão vida ao silêncio

que trazem à reflexão

e transmitem a sensação de paz,

mas, às vezes,

é preciso certos barulhos:

a criança que grita

os cantos silvestres

os rios que correm

é a vida vibrando

e o silencioso

anjo alegre

nos protege

o mundo vibra

e irradia

o equilíbrio há de ser,

o que a alma procura,

e o olhar há de ver-te

num infinito de ternura.