Mas de onde vem?

De onde vem essa emoção

Que não quer sarar bem dentro de mim

Agora eu observo o copo vazio e o olhar da menina

São mais que o tempo!

Sonho de uma revelação infinita

Mas prá lá de bonita - sobre o que eu já não sei mais

Se é que eu sei de algo ou algo a mais

Tempo de amor e de reflexão (sobre)

De onde vem esse sentir - se é que vem do vazio? Já não sei

E onde ponho os meus olhos? Onde ponho? Onde?

Senão nessa contemplação que não quer mais passar

Ainda ontem vi a vida por sobre a janela a passar

E era um milagre mesmo... E tipo

Se a vida é amiga da arte ou não - ou ela deixa de ser

Tais perguntas já não fazem mais sentido (não pra mim)

Mas o tempo esse sim é meu amigo sim

E quando eu voltar eu quero estar exatamente

Naquele lugar onde tudo faz sentido

Menos te deixar em vão

Eu vi naquela antiga fotografia

Era um amor; era um pouco de dor também e uma manhã fria a me acalentar

E se tinha um rio correndo naquela paisagem

Ele veio me dar boas vindas de um amor que já não passará

E nem quer me deixar - a correr - a correr - a se espalhar

E se concretizar - como uma lágrima ainda que vazia

A derramar pelo seu rosto um pouco de compaixão

Uma suave melodia - esperanças muitas

E deixar-se num silêncio úmido e um pouco tímido

Dizer assim:

Eu sou a vida - e não quero te deixar - e não quero te deixar

Mas era o amor que eu ouvia naquele momento

E fazendo sentido ou não

Já não ia mais me deixar...

(Daniel Cartaxo Penalva - 24/10/2024)

Daniel Cartaxo Penalva
Enviado por Daniel Cartaxo Penalva em 24/10/2024
Código do texto: T8181416
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2024. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.