"A queda dos deuses"

O Orfeu que neste verso estava a despir-se

Entregou a sublime chave da linda Penélope,

E com Hipnos e Dionísio a ouvir o Antílope,

Que em símbolo pôs o Morfeu a sentir-se.

Revolta-se a nuvem branda da contingência

Pondo em alarde o novo que fez-se um apenas;

Com a ciência do mais alto servo de Atenas

Ao presente nunca dantes viu-se a consciência.

Transpôs em símbolo a tão cara magnificência

Dos estrambólicos versos que sempre indicam

O caminho mais puro que se chega da essência.

Nos convidando ao mito e alegórico mundo,

Onde muitos jaz entreguem estão a senciência

Que de tão antigo e longínquo, belo mundo,

Confunde a todos com a persistente diferença!

E, assim, o deus ao trair o mito, transformou-o,

Ele, o grande Ulisses, em apenas mais um Alípio.

Com isso, a tão bela Pythia, trouxe a ombros seus

A mais pura verdade: tão somente mentiu Zeus.

Encorajou, assim, a tão elevada revolta armada.

Do Olimpo desceram os deuses, pois em caos

O mundo se tornará, do seu trono, injustiçada,

Hades, os liberou, as vítimas dos capatazes,

Trazendo a tão esperada e amada liberdade!

Theo De Vries
Enviado por Theo De Vries em 18/10/2024
Reeditado em 18/10/2024
Código do texto: T8176725
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