Canto da solidão
Continuo a questionar,
O frio deste a(mar),
O vazio instalou-se nas ondas
Cá estou a naufragar,
Sem velas, sigo o horizonte,
No mar bravio da morte,
Há quem o diga ser sorte,
Seguir sem a bússola,
Nesse confronto de sensações,
Quase tudo amola,
Onde julgo as minhas acções,
Por mim, talvez por ti,
Não rojo aos céus,
Se são desejos seus,
Então, quero-te solidão,,
Nessa curta viagem,
Sem encanto na paisagem,
O transpor da margem,
Talvez conheças,
O caminho sem miragem,
Não me impeças,
O múrmur tranquilo,
Na mensagem,
Quero-te solidão,
Por alguma razão,
Por algum instante,
Na convergência do sentir,
Tão distante, ausente,
No desejo egocêntrico,
Que afaga o coração,
Esse eu poético,
Rumo a embarcação,
Em que se procura,
O tino da reflexão,
Princípio da loucura vs cura
Parecendo estar ao léu,
No desencontro de si,
Ao desvanecer do céu,
Antes do morrer do sol,
Na cortina de nuvem negra,
Que desencarrilha na memória,
Quero-te solidão,
No limiar da minha história,
Deixo-me despida no voo,
As tantas nem sei onde vou,
Meu corpo segue,
Por mais que eu negue,
A leveza da alma,
Conectada a esse sol,
A essa terra,
Na paz do espírito
E na ansiedade da guerra,
Carrega de questões
Sem simples respostas,
Quero-te solidão,
Que feches as janelas
E abras mais portas (...)
(M&M)