Dia frio
No dia frio, na madrugada escura
No jardim de qualquer rua
Na feira de domingo
A fruta que se acumula
Na estante, a prateleira
Um livro antigo
Que já não se lê mais
No chão alguns jornais
De um outono
Tempo frio
Noites invernais
Na sala um quadro vazio...
Um cão perdido
Uma cadela no cio...
A chave da porta
Que não se arranca
O sangue que se estanca
No dia frio
É na sutileza
Do dia frio
Na derradeira
Tristeza, que se côa
O café que esquenta
O dia frio...
(Daniel Cartaxo Penalva)