ALÉM DA VIDA

Além da vida, há um nada nevoento

Que me assombra a alma e esta espera

Por anônimo ocaso e frio vento

De outros tempos me desespera.

Apenas o esperar, inúmero e prolixo

Desse sucessivo e insípido dia-a-dia

Ainda traz-me à alma um sossego fixo

E uma doce e lânguida melancolia.

Afinal, sou eu a dor e a semelhança

Que possa existir entre nós dois.

É ela, sou eu, partes da Esperança

Sem princípio, sem antes nem depois.

mreno
Enviado por mreno em 27/03/2005
Código do texto: T8165