Como um beija-flor
É necessário que este sentimento
Mostre em minúcias
o seu rosto abafado,
No fogo enlouquecido
deste tempo claustro,
Com suas pontes
e estradas de escape.
É necessário sentirmos
sua cama de caos,
sua ausência que se
singulariza em espiral,
E que é minha
por ser amor negado
na arritmia dos versos
que escrevo.
É necessário o susto
da queda iminente
neste leito de carne
e delírio,
como meus olhos
no cadafalso
ou o meu ser
diante do espelho.
Daí é o arranque,
que é como um vulto
ou um beija-flor
cheirado.
Daí os olhos calmos
de quem volta pra casa,
daí o sorriso
de quem desistiu,
mas se encontrou.