É o desafio
De olhar para o único relógio do tempo
De nunca desviar o olhar
Todo dia
Até o fim
Sabendo que existe um fim
Que pode ser há qualquer momento
E com a esperança que demore muito
Ou que aconteça sem perceber
Como um sonho em que acorda e não lembra de mais nada
É o desafio da melancolia
Do hiperrealismo
Da realidade além das aparências
Além dos compromissos mundanos
De uma espiritualidade mais próxima da verdade
Que dói, mas amadurece
Que não engana como um devaneio otimista
Que mantém uma fé de resiliência ateia
De continuar
Enquanto se aquece
Acreditando que tudo vale a pena
Que tudo valeu a pena...