Noites Sem Dormir

Noites sem dormir

Sem prosseguir

Os meus passos vão sempre para o mesmo lugar

Não sei onde vou chegar

Busco a saída

Nessa tarde abatida

A vida é a mesma

A dor é a mesma

Tudo é igual

E não estou nada legal

Não quero incomodar ninguém

Por isso não vou chamar alguém

Vou chorar

Até setembro acabar

Quem sabe depois disso alguém venha me acordar

E me faça lembrar

O quão maravilhoso é viver

Nesse mundo de terrível sofrer

O vazio é constante

E nada é mais importante

Nessa estrada vida

Nessa estrada prometida

Dizem que é falta de Deus no coração

Mas, todo dia faço minha oração

Dizem que é frescura

Mas, não sentem a minha secura

Que dói a alma, que arde no ser

Que me faz perecer

Nesse quarto de solidão

E na poesia derramo minha perturbação

Para tentar me livrar dessa maldita depressão

Que me amarra como condenado

Sujeito desamparado

Homem desesperado

Em busca de alívio e alegria

Talvez escrever seja minha terapia

Mas, quem sabe um dia

Eu abrace a libertação

E faça disso tudo uma linda canção

Não de amor

De dor

Talvez seja minha salvação

Ou minha condenação

Encontrar o alívio para a alma

A paz que me acalma

Um abraço

Um traço

Uma linha que reserve felicidade

Que me traga verdade

Na minha idade

Não posso perder tempo

Cuidar do "eu" templo

Em que contemplo

O viver

Sem esmorecer

Sem perecer

E somente pertencer

Com um sorriso no rosto

E me curar desse ferimento exposto

No meu ser

Eu desejo viver

Desejo sentir a vida

A terra prometida

Tudo que foi perdido

Desejo encontrar

E voltar, caminhar

De cabeça erguida

Com a vitória merecida

Ser poesia

Todo dia

E derramar alegria

Sem se levar pela maldade

Até a eternidade.

Warlei Antunes
Enviado por Warlei Antunes em 28/09/2024
Código do texto: T8161960
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