Poemetos

AMOR AO VENTO

Amor, o que foi isso

que passou por aqui?

Feito um vento maldito,

deixou tudo por um triz.

Parecia tanto, era nada.

Muda cor, muda estação.

Hoje, ecoa na estrada

o silêncio da ilusão.

Teu olhar, que se apagou,

foi estrela cadente.

Passou rápido, deixou

só o vazio presente.

E eu, que me iludi,

fui poeira ao vento

de um amor que vivi

apenas no pensamento.

DESPEDIDA

Sou mera sombra vazia

de um sonho sem cor,

lembrança fria

do que chamam de amor.

Já quase nem lembro

se existiu de verdade,

foi chama em dezembro,

morreu na primeira tarde.

Dias passaram lentos,

como se fossem ninguém,

levando os momentos

que a gente nem tem.

E agora, só resta

um vazio, uma lição:

quem sonha, não presta

atenção no fim da canção.

ESTILHAÇOS

Entre noites e cacos,

teu silêncio me corta,

sou barco sem porto

no mar que não volta.

Teu adeus é um eco

que apaga meus passos,

e o abraço que espero

morre em estilhaços.

Já não há mais versos,

nem rimas pra nós,

somos dois inversos,

distantes e sós.

MIRAGEM

Vejo que foi só miragem

num deserto inventado,

uma falsa paisagem

que deixei do meu lado.

Era tudo tão claro,

até que escureceu;

um adeus tão raro

que ninguém percebeu.

Teus olhos me mentiram

com promessas no olhar,

e os dias se despiram

sem vontade de ficar.

Hoje, sou passo errante

nesse chão sem calor,

buscando, adiante,

o que nunca foi amor.

Alexandre Toledo
Enviado por Alexandre Toledo em 10/09/2024
Código do texto: T8148143
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