OCA...CHEIA DE NADA...

OCA...CHEIA DE NADA...

Oca, vazia de tudo

eu me deito.

Oca, cheia de nada

me levanto...

Há um choro mudo

no meu peito...

Fico encharcada

nesse pranto...

Quero esquecer

e sonhar.

Sair deste labirinto,

tirar os pés do chão...

Parar de padecer

e retornar...

Ouvir aquilo que sinto,

até a voz da paixão...

Quero o crepúsculo poder olhar

sem meus olhos ter de molhar...

Quero o voo errático da mariposa

poder seguir de forma carinhosa...

E sem saudade nem inquietação,

sem ouvir a chuva bater no chão,

olhar o crepúsculo até a alva raiar...

Sentir a beleza da vida sem ensaiar!

É oca e cheia de nada

que eu me deito...

É oco e vazio de tudo...

que está meu peito!

HELENA BANDEIRA
Enviado por HELENA BANDEIRA em 05/12/2005
Código do texto: T81443