OCA...CHEIA DE NADA...
OCA...CHEIA DE NADA...
Oca, vazia de tudo
eu me deito.
Oca, cheia de nada
me levanto...
Há um choro mudo
no meu peito...
Fico encharcada
nesse pranto...
Quero esquecer
e sonhar.
Sair deste labirinto,
tirar os pés do chão...
Parar de padecer
e retornar...
Ouvir aquilo que sinto,
até a voz da paixão...
Quero o crepúsculo poder olhar
sem meus olhos ter de molhar...
Quero o voo errático da mariposa
poder seguir de forma carinhosa...
E sem saudade nem inquietação,
sem ouvir a chuva bater no chão,
olhar o crepúsculo até a alva raiar...
Sentir a beleza da vida sem ensaiar!
É oca e cheia de nada
que eu me deito...
É oco e vazio de tudo...
que está meu peito!