Conversão
Para uma outra religião?
Para o ateísmo?
Não
A mãe de toda conversão é a energia que consumimos
Que somos
Pontos brilhantes de um pálido azul
Desde o começo
Até dormirmos para sempre
E durante esse tempo
Nosso tempo!!
Em cada espaço, uma distração
Um pensamento
Um sentimento
Excesso, falta, razão
E convergimos em um mesmo encontro
Onde nos alimentamos
Ou nos medicamos
Com pílulas de negação
Nós, humanos
Vivemos anestesiados
Porque, do instinto, subimos muito alto
Muito além
E não queremos viver apenas de fatos
Mesmo os mais realistas
Por ser um fardo saber o que vem
Que haverá um fim pra tudo isso que é a vida
A maior frustração de todas
E que o sentido é tal como o título
Mais uma ficção; um sonho de existirmos
Acordados demais
E convergimos na mesma fonte onde as primeiras espécies também se reanimam
Pela esperança que não entendem
Que apenas seguem
Se banhando com a água translúcida do espelho quente
Da consciência das moléculas
Da comunhão de células