GÉRMEN

Quando estive na terra

desci ao teu ventre,

ante à tua semente

me embriaguei.

Ia

perdendo os sentidos,

trôpego,

era a vida

que me sacudia.

Não compreendia

o todo sentido,

os que se foram,

os que haveria

de sentir,

Estava só,

tudo era solo.

Mas era a terra,

e outra coisa

não havia de ser

senão a perplexidade

de ser útero,

me nascendo

em cada passo

em cada pulso

como impulso

de me afastar

para me aproximar

da tua criação.

Leonardo do Eirado
Enviado por Leonardo do Eirado em 25/08/2024
Código do texto: T8136998
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