GÉRMEN
Quando estive na terra
desci ao teu ventre,
ante à tua semente
me embriaguei.
Ia
perdendo os sentidos,
trôpego,
era a vida
que me sacudia.
Não compreendia
o todo sentido,
os que se foram,
os que haveria
de sentir,
Estava só,
tudo era solo.
Mas era a terra,
e outra coisa
não havia de ser
senão a perplexidade
de ser útero,
me nascendo
em cada passo
em cada pulso
como impulso
de me afastar
para me aproximar
da tua criação.