RETORNO
“Vi terras por onde andaram
os doze pares de França.
Vi terras do sul,
o mar Mediterrâneo,
o mar da história,
o mar dos gregos,
dos egípcios,
dos fenícios,
dos romanos.
Mas o nordestino tinha
que voltar à sua realidade,
à realidade maior
que a história do mundo.
Volto hoje às minhas criaturas.
Volto aos "Cangaceiros",
homens mais duros
do que as pedras dos seus lajedos.
Volto (...) aos umbuzeiros
carregados de frutos,
aos mandacarus
de floração de sangue,
aos cantadores de estrada,
às mulheres sofredoras,
às noites de lua,
(...) à poesia barbaresca
e vigorosa de um povo
que é maior do que a terra
que o criou.
Volto contente
e disposto a tudo.”
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REGO, José Lins do. Adeus, doce França.
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