O Povo

Carlos, eu também já fui brasileiro;

destes que se sentam e observam a vida passar,

destes que se agarram a vida e a vivem plenamente,

destes que com fé e esforço conseguem sorrir.

Eu também já fui brasileiro;

daqueles que de amor falam quase nada,

daqueles com uma paixão impossível,

de várias paixões,

e também daqueles que têm paz.

Eu também já fui brasileiro;

moreno, baixo, cheio de ignorância,

cheio de ideias.

Subi morro, andei no mato,

tomei banho de cachoeira

e pesquei aos domingos no entardecer.

Eu também já fui brasileiro;

Indignado com a política,

amante de futebol, esquio,

filosofo em mesa de bar.

Eu também já fui brasileiro;

orgulhoso, de ferro, malandro, triste...

Eu também já fui brasileiro;

rasguei papeis em repartições

me escondi do mundo atrás de uma mesa

e lá fora; nada além do cotidiano.

Eu também já fui brasileiro;

do país do futuro onde Deus foi nativo.

Mas onde os homens se sentam,

o povo transpassa o poema

e agora, tudo parece folha rasgada e mais nada.

Leonardo Ramos

Leonardo Ramos de Almeida
Enviado por Leonardo Ramos de Almeida em 04/08/2024
Código do texto: T8121778
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