SE NEVAR
Se nevar, eu juro:
escreverei os versos que nunca me atrevi
em frente a lareira.
Eles derreterão feito geleiras,
e escorregão até seus pés,
inundando-te.
E você os beberás,
como quem bebe chocolate quente,
na velha caneca de louça branca,
enquanto o fogo crepita.
Não, não importa o frio lá fora.
O branco sem fim.
Nem as rimas convencionais.
Importa aqui dentro.
A alma derretendo.
O sangue correndo quente nas veias.
Os versos em cada canto.
Em cada olhar. Meu. E teu.
IMAGEM: Google