O Escorpião, o peixe e a lua por testemunha.
Soava música inesperada na noite ímpar
Em que a lua lhes caiu abertamente aos olhos
Como cometa despencando em um poço profundo
Sem ensaio de tentar escapar a nado.
A dourada, no céu, então, fremiu
Encantada como uma garotinha
Ao perceber não um simples encontro
Mas um selo de águas ligadas
Por uma chuva de estrelas nascidas
A primeira vez que se tocaram
A lua estremeceu, sobressaltada
Para descobrir na face de um
As mesmas lágrimas que corriam
Na face do outro
Tudo era intenso e livre entre eles
Como correr descalço
Por campos verdes de grama macia
E vinte mil balões de todas as cores
Flutuando sobre suas alegrias
Ambos sabiam
Que podiam voar em torno do mundo.
A lua, na eternidade brilhou feliz
Porque “lar” era
O círculo dos braços em que se acolhiam.