SILENCIO

Do silêncio,

recuso

a atmosfera muda

de fumaça.

Aos poucos,

vou me tecendo

até a semeadura

que me enlaça,

aos roucos,

em vez da mordaça,

ofereço a atadura.

Fio a fio,

desconfio,

ser o vazio

a chave,

e tudo mais

a fechadura.

Recluso,

traduzo

as ausências

das palavras

no olhar

do meu pensar.

Me vejo,

me sinto

na mudez

da carne,

na nudez

de alma

nunca é cedo,

nem tarde,

apenas é silêncio,

sua reveladora

calma.

Leonardo do Eirado
Enviado por Leonardo do Eirado em 28/07/2024
Código do texto: T8116928
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