VERSOS SEM TEMPO

Ó tempo

que te deitas no leito

da vida

e sonhas

efêmero...

Não se vá

tão rapidamente,

apenas adormeças

e deixe

que tudo

se conclua em ti.

Cuida da lágrima

para que não se resseque,

ela lubrifica as engrenagens do coração.

Zela pelo sorriso

para que não se desbote,

as alegrias são

o verniz da esperança.

Venhas com teus ensinamentos,

mas não sejas por demais duro,

apenas o necessário

para que aprendamos

o valor das tuas esperas.

Deixai a dor

ser o remédio,

nem amargo

nem doce

apenas

a que cura

em ti

as feridas,

e nos devolve

as cicatrizes

de cada batalha.

Não permitas

que me vá no esquecimento,

não falo de mim,

a matéria frágil,

falo das memórias,

dos sentimentos,

do amor guardado

nas gavetas dos teus passados.

Ai se pudesse

voltar em ti,

por ti

seria o silêncio,

a prece contrita,

a palavra que não foi dita,

o cedo não precoce,

o tarde não tardio,

o desavisado amanhã.

Ó tempo

não te recolhas

antes do último beijo,

reserves alguma eternidade

para mim,

se possível não for,

me contento

em guardares lugar

para meus versos

eles são o melhor de mim

e o melhor que tenho para te dar

e para quem mais quiser

por meio deles amar.

Leonardo do Eirado
Enviado por Leonardo do Eirado em 25/07/2024
Código do texto: T8114804
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