FUGA

Era ele

a habitar

em seus disfarces,

com uma lágrima escondida,

passagens ocultas

pela dor,

marionete

do arrependimento.

Vivia

a esmigalhar

sorrisos,

cúmplice

das alegrias

desbotadas

de antanho.

Ora era o relógio,

a brincar

com os ponteiros,

lanças

no peito do tempo

como vento

a lhe desmanchar

a face,

ora era o espelho,

a refletir

os ecos

das palavras mudas.

Cumpria sem

estardalhaço

seu papel,

espantalho

a tentar

evitar,

derradeiros,

os corvos

do destino

ou

por desatino

ser apenas

o corpo

a representar

sem alma

nos

picadeiros

a

fantasia de ser

palhaço.

Leonardo do Eirado
Enviado por Leonardo do Eirado em 24/07/2024
Código do texto: T8113884
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2024. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.