༺ Taverneira ༻

-Taverneira! Traga mais vinho! Não, Não, Não! Encha o caneco, até transbordar!

Preciso do álcool para me manter sóbrio.

É ele que me impede de perder a razão, de endoidar.

-Venha, fique um pouco, não me deixe sozinho,

Escute o que este velho tem para lhe contar.

A noite é longa para quem não tem companhia.

Quando não há com quem segredos compartilhar.

-Não, não faça essa cara de quem está com pena!

Conheço muito bem o quer dizer este olhar.

Essa é a expressão com a qual olham para os loucos,

Minha sanidade permanece plena, posso lhe afirmar.

-Ao menos uma vez empreste-me sua atenção.

Veja além dessa pele enrugada pelo vento do mar,

Em baixo dessas cãs desbotadas pelo tempo,

Há alguém que só precisa se fazer escutar.

-Venha, aproxime-se, e não tenha medo.

Sente-se a minha frente, esqueça um pouco deste bar.

Essa é a história triste e longa de um homem solitário,

De caminhos tortuosos, que, o fracasso esteve a beijar!

10/08/22

Sete mil pétalas de Narciso
Enviado por Sete mil pétalas de Narciso em 24/07/2024
Código do texto: T8113497
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