Na lucidez, apenas amor.


Tira-me!
Esta vontade de  me tornar vulcão
em erupção
Esta vontade, que tenho de expressar.
Esta vontade dentro de mim de dizer.
Levantar marés,arruinar castelos elevados.
Fazer cair rochedos e degredos.
Descobrir encobertos segredos.
Aclamar a verdade
Matar saudades, alevantar as liberdades
Fincar pés na solidez.
Toma de mim estas raivas contidas
que estão aqui ,que trago em mim e, me fazem doer.
Tira-me! Este desejo insano,
que me faz nada mais querer.
Que esgotar em lágrimas, palavras.
Escritas ditas ou gritadas.
Estrondeadas
Espalhá-las aos quatro ventos
Com tanto enraivecimento e padecimento
Porque, se o não fizer,
creio que vou enlouquecer.
Mas, não escutes!
Deixa apenas, que enfraquecida,
despida da danação e do mal,
A força, que em mim existe!
Ela desista, de me clamar a desdita.
Não, não escutes o meu dementar.
Mas não vou e não quero emudecer.
Depois…que restava de mim para viver.
Muda? silenciosa?
Não, nunca me cerres esta boca.
Nem o que dentro de mim existe,
tanto para dizer.
E que agita, sacode,
porque de tão ferida dói.
Mas, se o que dói, pode curar.
Eu quero a cura deste meu sofrer.
Em todos os recantos da minha alma
Eu irei buscar.
Buscarei no mais recesso lugar.
Rebuscarei no mundo
Todos os padecimentos
E os transformarei em lenimentos.
Que me vão ter de cicatrizar.
Apenas permanecerão as reminiscências
Umas mais intensas,
outras menos fundas
Que arrecadarei para celebrar
Deixa-me ficar assim, com todas as marcas.
Todas as lembranças deslumbradas.
As, que me assombraram e,
as que me seduziram.
Más ou boas palavras,
que na minha vida me ofereceram.
Que eu senti e fingi que não sentia.
Que ouvi e fingi não ouvir.
Que a doer eu sorria.
Que a sorrir eu a transformava em ária.
Que eu queria desprezar mas calava.
Porque a afeição do meu coração
Encobria todo esse fragor.
De raiva dor e amor
Tira-me a raiva,
Fera me tornei
na revoada dos meus sentimentos
Tira-me essa ânsia estrondosa
Transforma-a em bem-querer.
Esquecer? Não! Olvidar nunca.
Não desejo entorpecimentos.
O perdão não se nega a ninguém
QUERO NA LUCIDEZ. APENAS AMOR

tta
Tetita ou Té
Enviado por Tetita ou Té em 10/01/2008
Reeditado em 10/01/2008
Código do texto: T811249
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