Profano
Eu não vim ao mundo
Para escrever poemas dóceis
Enquanto pessoas
Sangram…
Se for preciso
Eu utilizo a tinta amarga do fel
Para redigir
Meu descontentamento.
Pois o meu próprio sangue
Não tem a pureza da maldade.
Eu não profano teu corpo
Somente por um beijo roubado,
Mas o retalho aos mil pedaços
Quando no frio,
Nego-lhe um abraço….
Não será preciso morrer
Para entender tudo,
Porque cá estamos nós,
(Mortos) sem entender nada!